quarta-feira, 1 de abril de 2020

O povoamento da América

A Teoria Clóvis, formulada na primeira metade do século XX, é uma das explicações para a ocupação do atual continente americano pelos primeiros seres humanos. De acordo com essa teoria, há cerca de 15 mil anos, durante o mais recente Período Interglacial, as águas dos oceanos baixaram drasticamente e grupos de caçadores-coletores teriam saído da Ásia, atravessado o estreito de Bering e chegado ao atual Alasca, na América do Norte. Do Alasca, os seres humanos teriam alcançado a América do Sul entre 10 mil e 12 mil anos atrás. 
O pesquisador brasileiro Walter Neves afirma que uma onda de migração humana pelo estreito de Bering pode ter tido origem na África, além de outra de origem asiática. Sua teoria baseia-se em estudos arqueológicos posteriormente confirmado pelo exame de um crânio feminino encontrado em 1975, em Lagoa Santa (MG), ao qual foi dado o nome de Luzia. 


Entretanto, descobertas arqueológicas do final do século XX identificaram vestígios da presença humana no continente americano de até 50 mil anos atrás.Esses estudos são resultantes, principalmente, das pesquisas coordenadas pela arqueóloga brasileira Niède Guidon na região de São Raimundo Nonato (PI). Ela defende que a ocupação do continente americano se deu por diversa levas de grupos humanos e por diferentes caminhos, inclusive pelos oceanos. No entanto, nem todas as premissa levantadas pela arqueóloga são aceitas pela comunidade científica. Alguns estudiosos afirmam, por exemplo, que os carvões com 18 mil anos encontrados pela arqueóloga seria resultado de combustão natural, e não um indício de uso do ser humano. Essas divergências indicam que o conhecimento humano é transitório, pois muda conforme se desenvolvem novos estudos e pesquisas. 

Sítios arqueológicos no Brasil


    
 Entre 1834 e 1844, o naturalista dinamarquês Peter Lund se dedicou a estudar as cavernas da região de Lagoa Santa, em Minas Gerais, onde encontrou milhares de fragmentos de ossos fossilizados de animais, além de alguns fósseis humanos. 
Um século depois, os pesquisadores já identificaram cerca de 20 mil sítios arqueológicos pré-históricos no Brasil, nos quais foram encontrados objetos de pedra e cerâmica, esculturas e restos de alimentos de milhares de anos. Esses vestígios ajudam a reconstruir hábitos e costumes dos primeiros ocupantes de nosso território (uma das mais importantes fontes desses estudos são as pinturas rupestres). Entre os sítios arqueológicos, os pesquisadores já localizaram também, em trechos do litoral brasileiros, muitos sambaquis. 

Os sambaquis 


 Acredita-se que, entre 7 mil e 6 mil anos atrás, estabeleceram-se no litoral brasileiro povos que viviam da caça, de recursos marinhos e da coleta de frutas e raízes. Esses povos, entre outras características, adquiriram o costume de empilhar as conchas dos moluscos coletados junto com restos de comida, ossos de animais e ferramentas. Aos poucos, essas pilhas se transformaram em grandes elevações, algumas com mais de 20 metros de altura, chamadas concheiros ou sambaquis (palavra tupi que quer dizer 'amontoado de mariscos'). Nessas elevações, as pessoas construíam suas moradias e enterravam seus mortos. 
Os sambaquis são encontrados em vários trechos do litoral brasileiro. Os povos dos sambaquis desapareceram por volta de 1500. 









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